domingo, 27 de setembro de 2009

Cultura pop: vampiros estão na moda e se espalham


Vampiros >> o filme "Crepúsculo" caiu no gosto do público

|| Fonte Original: Diário do Pará ||

Os sintomas são evidentes: um irresistível gosto por sangue, aversão ao sol, caninos afinados e proeminentes e obsessão por tudo aquilo estrelado pela mais charmosa estirpe de morto-vivo. Todos esses são indicativos que você foi mordido pela nova mania do vampirismo.

Indo da série de televisão “True Blood”, exibida no canal a cabo HBO, a novos filmes inspirados no tema, como o coreano “Thirst” (2009), ainda sem revisão de lançamento no Brasil, os vampiros estão mostrando suas presas no mundo entretenimento.

O mito do vampiro ressurgiu dos mortos para as telas após o sucesso da série de livros “Twilight”, adaptada para o cinema com o filme “Crepúsculo” (EUA, 2008) e, partir daí, contagiou a cultura pop via cinema, televisão e ficção.

A “saga” da escritora americana Stephenie Meyer já conta com quatro livros - além de “Crepúsculo”, foram lançados “Lua Nova’, “Eclipse” e “Amanhecer” – e agora os fãs aguardam insones pelo lançamento de mais uma adaptação para o cinema: “Lua Nova” tem estreia mundial dia 20 de novembro.

Este novo enfoque do vampirismo deixa tudo de pernas pro ar, até mesmo os próprios sanguessugas já tão acostumados a ficar de ponta cabeça. A não convencional história de amor entre dois adolescentes que caem nos pálidos braços de um do outro transformou o horror do gênero em um drama escolar cheio de hormônios em ebulição, olhares lânguidos e vampiros elevados ao status de super-herói - anidando em plena luz do sol e voando com mocinhas indefesas a tiracolo.

De todos os monstros do cinema, nenhum pode se gabar de ter tido mais encarnações do que o vampiro. Existem mais de 100 filmes, para ficar somente na figura de Drácula e seus derivados, incluindo o seu cachorro, no bizarro “Zoltan, Hound of Dracula” (1978, EUA).

DESDE SEMPRE

O tema aparece desde o cinema mudo, com “Vampyre neller em kvinas slav” (A Vamp ou O Poder de uma Mulher), do sueco Mauritz Stiller, um dos primeiros filmes a fazer referências a vampiros, já em 1912.

Em 1922 surge o primeiro filme inspirado no Drácula de Bram Stocker. “Nosferatu: Uma Sinfonia do Terror”, do diretor alemão Friederich Whielm Murnau, que apesar de ter procurado esconder a fonte de sua inspiração, mudando o local e a época em que se passa a história, não escapou da acusação de plágio da obra de Stocker. O processo determinava a destruição de todas as cópias do filme, mas como um vampiro não pode morrer, Nosferatu e suas cópias ilegais tornaram-se o primeiro caso famoso de pirataria.

Mas foi a imagem imortalizada na obra de Stocker que transformou o conde no aristocrata de todos os monstros. “Drácula”, de 1931, começou a febre de monstros clássicos do cinema da Universal que colocariam o horror como gênero em Hollywood.

Sempre em busca de variações do mesmo tema, produtores e diretores buscam o inusitado, chegando algumas quase à beira do ridículo. Vampiras lésbicas (“Daughters of Darkness,” 1971), vampiros negros e de black power (“Blacula,” 1972) e vampiros sexies e adolescentes (“Os Garotos Perdidos”, 1987) estão entre as criaturas já vistas nos cinemas.

SANGUE SINTÉTICO

Uma dessas visões inusitadas sobre o velho tema é a serie de televisão “True Blood”, da HBO. Passada na cidade fictícia de Bon Temps, na Luisiana, Estados Unidos, a série mostra vampiros vivendo entre humanos, integrados à sociedade graças a uma nova forma de alimento: sangue sintético vendidos em bares e lojas de conveniência, negando dessa forma a necessidade e o desejo de se alimentar de pescoços humanos. Em sua segunda temporada, a série é uma das mais bem-sucedidas da história do canal desde “Os Sopranos”.

Essa mistura de perigo e sedução faz com que o tema tenha apelo em todas as culturas. Da Coreia vem a mais incursão no mito pelo cinema. Em “Thirst”, do diretor Park Chan-wook, lançado no começo deste ano, o personagem principal é um padre católico que se torna um vampiro no decorrer da trama. Levando em consideração os trabalhos anteriores do diretor, como “Old Boy” e “Lady Vengance”, sangue é o que não vai faltar nesta produção que ganhou o prêmio do júri no festival de Cannes este ano.

Se a onda vai sobreviver a todo o hype em torno do “Crepúsculo” e seus derivados, só o tempo dirá. Mas hoje à noite, certamente mais um inocente pescoço será presa de alguma sedutora criatura, seja no cinema, na televisão, nos livros ou na internet.

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